Divulgação recente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), com base em relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena), mostra que o Brasil entrou pela primeira vez no ranking mundial de geração de energia solar fotovoltaica e já figura na 8ª. posição, ficando atrás de China, Estados Unidos, Japão, Alemanha, Índia, Austrália e Itália. Completam o ranking das dez maiores nações em produção de energia solar a Holanda e a Coreia do Sul.
Segundo o relatório, o Brasil ultrapassou os 24 GW de capacidade instalada em 2022. Os dados consideram a somatória das grandes usinas solares e de sistemas de geração solar própria de pequeno e médio portes, instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos. Os números são da potência total acumulada ao final de 2022 e, segundo a Absolar, a energia solar já equivale a 11,6% da matriz elétrica do Brasil. O setor tem registrado crescimento exponencial, já que desde julho de 2022 a potência de geração solar instalada no País cresce 1 GW por mês, em média. “Hoje, estamos prestes a bater 27 GW, poucos meses após esse levantamento”, escreveu a Absolar em seu perfil no Facebook.
A produção brasileira se concentra nos pequenos usuários, com um total de 17,2 GW no sistema de geração própria (em casa ou em terrenos próprios). Já as grandes usinas solares têm potência de 7,8 GW, mas com grande potencial de crescimento. Nos últimos 10 anos, os investimentos em fonte solar de energia somaram R$ 125,3 bilhões e resultou em cerca de R$ 39,4 bilhões em arrecadação aos cofres públicos, de acordo com a Absolar. Em uma década, o setor foi responsável pela criação de 750,2 mil empregos acumulados e evitou a emissão de 33,4 milhões de toneladas de gás carbônico na produção de eletricidade.
O relatório da Agência Internacional destaca que a capacidade global de geração de energia renovável até final de 2022 era de 3.372 GW e que 83% de toda a capacidade de energia adicionada no ano passado foi produzida por fontes renováveis. “Esse crescimento recorde contínuo mostra a resiliência da energia renovável em meio à persistente crise energética”, disse o diretor-geral da Irena, Francesco La Camera. Apesar disso, é preciso que o nível anual de crescimento na geração de energia renovável triplique até 2030 para que seja possível limitar o aquecimento global a 1,5°C