É consenso que a energia solar só tem vantagens. É renovável, ou seja, nunca acaba. É uma energia limpa, porque não gera poluentes ao meio ambiente. O custo de manutenção dos equipamentos é baixo. Além de ser uma excelente fonte energia em locais não atendidos por outras fontes. Por estas e outras vantagens esse modelo energético começa a ganhar força no Brasil. Mas uma decisão da Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica – pode frustrar o mercado.
Recentemente a Aneel propôs a revisão da resolução que trata da geração distribuída. Resolução esta, feita pelos próprios consumidores.
A medida, que está em consulta pública, propõe uma taxa sobre o valor da energia que o consumidor produz, principalmente a partir de painéis solares, e injeta na rede elétrica, como mecanismo para remunerar a infraestrutura da distribuidora de energia.
Hoje, quase 100% do que ele entrega à rede volta como crédito para sua conta de luz. A medida propõe uma taxa que, segundo Igor Corsi Nascimento, diretor de projetos da Abasolar Brasil, tende a ficar em 68% do que é enviado para a distribuidora. Esta mudança, se confirmada, significa um grande desincentivo à instalação de sistemas do tipo.
Segundo Igor, existe a previsão de um período de transição, até 2030, para quem fizer as instalações dos painéis solares antes da mudança na regra. Mas o período é considerado curto e frustra quem investiu nas instalações com uma expectativa de retorno levando em conta prazo maior.
Por conta disso, a Absolar pedirá uma ampliação do prazo para a consulta pública, de 45 dias, e solicitará mais oportunidades de participação da sociedade no debate.
“Esperamos que a associação tenha êxito, porque uma redução tão grande no valor do crédito e no curto prazo, pode impactar negativamente o setor”, acrescenta Igor.